PMEs têm dificuldade para se adaptar ao eSocial; saiba o que fazer

Sistema digital promete facilitar o envio de informações dos empregados para o Governo.
Empresas de todos os portes estão em fase de adaptação à folha de pagamento digital. Até o fim do ano, elas terão de implantar o chamado eSocial, que vai digitalizar e unificar o envio de informações dos empregados para o governo.

Esocial é a sigla para o Sistema de Escrituração Fiscal Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas, e faz parte do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), lançado em 2007.

O objetivo do programa é diminuir brechas e eliminar esquemas montados para fraudar órgãos do Estado. A ideia é que problemas como permanência de falecidos nos sistemas, solicitação múltipla de benefícios, falsidade ideológica e até erros de digitação sejam reduzidos.

Quando um empregado ficar doente e levar um atestado médico para justificar sua ausência, por exemplo, essa informação terá de ser colocada, pela empresa, no sistema, que vai enviar o relato em tempo real para o Ministério do Trabalho e para a Previdência Social. Isso vai evitar que aquele funcionário receba o salário do mês integralmente sem ter direito.

Para se prepararem para o eSocial, as empresas precisam mudar a maneira como tratam seus dados, adquirindo ou desenvolvendo um software que possa cadastrar todas as informações necessárias.

Para empresas de maior porte, essa adaptação tem sido mais fácil. O mesmo não se pode dizer para as PMEs, que muitas vezes precisam de assessoria para fazer as mudanças.

“A maior dificuldade não é nem nos sistemas, que podem ser facilmente adaptados, mas sim na quantidade de pessoas que a empresa vai precisar para fazer esse trabalho”, diz ao Portal Sociedade de Negócios Mauro Negruni, diretor da Decision IT e membro do Grupo de Trabalho do Sped com empresas-piloto.

Ele explica que, atualmente, esse tipo de informação é adicionada aos relatórios das empresas de forma manual.

“Nas empresas menores, isso costuma ficar na mão de uma ou duas pessoas, que todo mês fazem a planilha de horas de cada funcionário. Agora, o Fisco terá cópia de todos os documentos da empresa e as auditorias serão mais fáceis, por isso as PMEs terão de cumprir fielmente a legislação. Para isso, é muito provável que tenham de contratar mais gente.”

A sugestão de Negruni é que a PME peça ajuda a contadores e administradores para promover as mudanças. “Já que não há outra opção, é melhor investir corretamente e de forma segura agora”, afirma o especialista.

A advogada trabalhista Fernanda Miranda, sócia do escritório Duarte e Tonetti Advogados Associados, também entende que as empresas terão dificuldades para se adaptar ao eSocial porque ele afetará a rotina corporativa: “Será necessária a integração dos departamentos para que as informações sejam expedidas com qualidade e no prazo correto”.

Ela diz, no entanto, que o programa deve trazer benefícios às empresas. “O sistema exigirá mais conhecimento e detalhamento técnico dos profissionais de recursos humanos, departamento pessoal, segurança e medicina do trabalho, entre outros.”

Prazo para as empresas se adaptarem ao eSocial

Até 30/04/2014
Produtor rural pessoa física e segurado especial;

Até 30/06/2014
Empresas tributadas pelo lucro real;

Até 30/11/2014
Empresas tributadas pelo lucro presumido, entidades imunes e isentas e optantes do Simples Nacional, Micro Empreendedor Individual (MEI), contribuinte individual equiparado à empresa e outros equiparados à empresa ou a empregador;

Até 31/01/2015
Órgãos da administração direta da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, bem como suas autarquias e fundações.



Fonte: http://www.sociedadedenegocios.com.br/RelacionamentoPJ/home/cuidardonegocio/pmes-tem-dificuldade-para-se-adaptar

Walfrido
https://sites.google.com/site/esocialdiscute/